No
final do século XX, a astrologia ocidental dominante tinha ido tão
longe quanto podia entrar no beco sem saída do idiossincretismo e da
psicologia e, devido aos eventos políticos e sociais da era pós-moderna,
não era mais útil para a sociedade em grande como um veículo para disseminar visões sociais progressistas. A
recuperação da astrologia medieval e antiga abriu no último quarto do
século XX o caminho para uma reavaliação da questão metafísica de como a
realidade objetiva vem a ser, de onde vem e para onde vai. Esta
reavaliação envolve uma reconsideração de filosofias como o
Neo-Platonismo, Idealismo, Materialismo e a Cabala, bem como uma
investigação sobre os testemunhos dos místicos e as teorias dos
Pitagóricos. Também
direciona aqueles com uma mente inquisitiva para as obras de astrólogos
preeminentes anteriores que haviam estudado essas questões muitas vezes
séculos antes.
Essa
recuperação da astrologia medieval e antiga foi em parte facilitada por
mudanças recentes no mundo acadêmico ocidental, particularmente nas
disciplinas de História e Filosofia da Ciência. Mais
uma vez, estamos descobrindo que astrologia, alquimia e magia são
assuntos aceitáveis para pesquisa acadêmica, histórica e social
institucionalizada. Paralelamente a isso, estão as atividades de acadêmicos externos que operam fora das principais instituições acadêmicas. Alguns
deles (e eu me incluo aqui) são praticantes de astrologia em busca de
técnicas astrológicas genuínas, que dão à teoria aplicação prática. Outros
foram filósofos não convencionais, quase anarquistas, buscando derrubar
preconceitos filosóficos estabelecidos, preparando assim o caminho para
uma “Mudança de Paradigma”.
A
importação para a astrologia de ideologias sociais e políticas
estranhas, bem como o enxerto de teorias psicológicas na astrologia tem
sido ruim para a astrologia. A
questão não é se tais teorias têm mérito ou não, mas que não são
astrologia e, ao adulterar o estudo astrológico com seus próprios
pré-requisitos, impedem o aprendizado central de como delinear e prever
astrologicamente. Pode-se
ser um bom socialista ou capitalista e praticar astrologia com
eficácia, mas isso deve ter um papel secundário ao aprender astrologia. Em outras palavras, o menor é sempre subserviente ao maior. Nesse
caso, a maior é a astrologia, que pode ser usada para entender as
forças que encapsulam ideologias ou sistemas econômicos, mas o inverso
não é verdadeiro.
A astrologia é um estudo separado e exige uma abordagem singular, pois deve ser buscada por si mesma. Suas causas estão no eterno e não no temporal. Freqüentemente,
esquece-se que as questões contemporâneas, embora importantes e
convincentes em seus dias, não são necessariamente de relevância eterna. Um
exemplo disso é a luta medieval entre guelfos e gibelinos, rivalidade
acirrada em sua época, mas agora esquecida, como, com o passar do tempo,
serão nossas questões políticas contemporâneas. No entanto, como a astrologia lida com causas universais e eternas, ela permanecerá e continuará.
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